quarta-feira, 12 de maio de 2010

#The Dream Boy Exists

          

segunda-feira, 26 de abril de 2010

#Alívio Rápido Da Dor

Gosto de ser uma cliente fiel mas, valha-me o Senhor de lá de cima, para que isso aconteça diz-me o bom senso que os estabelecimentos têm que saber fidelizar o cliente. Uma caneta hoje, um calendário amanhã, um pin depois, são tudo coisas que ajudam mas, o que realmente faz diferença é o atendimento, o trato, a malograda conduta.
Há uma farmácia que costumo frequentar - não que seja assídua das farmácias ou hipocondríaca - mas estes lugares hoje em dia tornaram-se um local de peregrinação frequente pela multiplicidade de oferta. Então, amiúde lá estou eu, na que me fica mais perto, com umas prateleiras muito bem organizadas, uma gama de cremes e champôs que dão vontade de padecer de todo o tipo de dermatites seborreicas e um expositor de escovas de dentes para molares que eu jamais imaginava possuir. No entanto, ao balcão está um senhor que, visto eu e o destino termos uma relação amor/ódio, acerta sempre a minha vez - e o qual, julgo eu, ter passado ao lado de uma brilhante carreira de tenor, porque tudo que lhe peço em voz baixa, ele tende a repetir vários décibeis acima do que pode ser considerado razoável. E, sempre num registo grave, com uma expressão muito compenetrada. Deste modo, não há viv'alma naquele estabelecimento e num raio de alguns quilómetros, talvez, que não saiba que eu apanhei sol a mais numa fila de trânsito e estou com o braço esquerdo pior que um bife mal passado; ou que a écharpe que trago glamorosamente enrolada em volta do pescoço, esconde, na verdade, uma terrível alergia ao gel de banho.

Então ponho-me a pensar: quão mais aliviada posso sair daquela farmácia?

Trago comigo a parafernália de cremes e invade-me uma estranha sensação de leveza. Não pelo alívio imediato que as bulas prometem mas, antes, porque durante alguns minutos, mesmo que contra minha vontade, não há nada a esconder. Não preciso representar-me perfeita, imaculadamente (des)alinhada como se exige da mulher de hoje, porque o senhor que está no balcão fez o favor de me retirar esse peso dos ombros e expôs-me como sou – com um escaldão monumental no braço que me roubou preciosos minutos na escolha da roupa que melhor o disfarçasse e uma écharpe sufocante, agora posta de lado, já que toda a fila atrás de mim teve conhecimento do pouco charme de um conjunto de pequeníssimas borbulhas em torno do pescoço, fruto de algum componente menos hipoalergénico do gel de banho promissoramente reafirmante. E, mesmo a cólera momentanea, aquela que senti aquando a “ópera das mazelas”, até essa foi libertadora e sinto-me (agora) muito mais tranquila. De repente, todos os padecimentos superficiais se tornaram secundários e a busca passou a ser por um antídoto para algo, até àquele momento, assintomático.
Então agradeço e faço um largo sorriso, enquanto o "funcinário-barítono" proclama firmemente: "até à próxima". 


Em breve, com toda a certeza!


Porque no mundo, quase todos sofremos do mesmo: o ritmo alucinante de uma sociedade de aparência e hetero existência perfeita, no qual as dores da alma nos remetem a um estado moribundo onde cada um faz  o que pode para não sucumbir. 
No meu caso, opto pela terapêutica convencional e dirijo-me rapidamente à farmácia.

sexta-feira, 5 de março de 2010

#MEC


Sempre sonhei ser um MEC de saias e, cada vez que leio uma crónica assim, deste arcaboiço, acho uma injustiça sem tamanho nunca me ter sido dada essa pen-blessing. Logo eu que era tão assídua às catequeses e aos grupos de jovens voluntariosos. E era das que lia mesmo o catecismo! E pintava, religiosamente - nos dias indicados! - os 40 quadradinhos correspondentes à Quaresma. Decorei até alguns versículos na esperança de que, repetidos, me garantissem uma linha de comunicação privilegiada com o andar superior e, portanto, uma atençãozinha extra na minha wishlist
Não houve promessa que não tivesse usado em jeito de moeda de troca, até deixar de dar para esse peditório e resignar-me a ovelhita esquecida no rebanho.

Mas, depois, lembro do meu Pai a dizer: "Marquei a crónica do Miguel Esteves Cardoso para ti. Nunca me esqueço do quanto gostas dele. Essa está muito boa. Lê." E, então, agradeço à Entidade Superior, porque, afinal, compensou-me largamente com este Pai.

terça-feira, 2 de março de 2010

#O Mundo Como Lugar Estranho

O espaço dos relacionamentos homem-mulher é uma arena de festa brava: olham-se, avaliam-se, provocam-se... para, finalmente, se engalfinharem. A não correr bem, cravam-se bandarilhas sem dó nem piedade.
Em final de lide, o/a desgraçado/a acaba por recompor-se - "ninguém morre de amor" - não se pode, é ilegal; senti-lo está em desuso, não há lugar para estas tradições, atentam contra os direitos emocionais e, mesmo que entre uma pega e outra se conte uma investida certeira, são cada vez menos os sortudos a sair da praça em braços, sob merecida ovação. No espectáculo do amor já não se atiram cravos nem rosas vermelhas, agora está muito mais para pegas sem grandes rodeios, assim, de caras.
Dois passinhos em frente, quatro para trás, de risco nada arriscado com tudo sempre bem calculado - e percebo agora o porquê de apenas homens forcados - não é virilidade nem masculidade, sequer coragem, é a arte de retroceder, está-lhes no Y.
Ainda assim, chega uma altura que estes senhores perdem a noção... e investem sem qualquer critério. Querem lenços a acenar das bancadas, querem plateia de pé e   coração ao rubro, para depois, qual toiro de raça, focalizarem impiedosos o alvo e dispararem desenfreados, directos
 à gloriosa estocada final. 

Sapataria. Entrei e dei bom dia. Estava vazia numa quinta feira pelas 11 da manhã. Lá dentro uma senhora de meia idade experimentava muitos pares enquanto uma funcionária segurava caixas. No corredor mais próximo um rapaz de aproximadamente 30 e mãos atrás das costas deu-me um caloroso bom dia. Retribuí. Deambulei pelas filas ordenadas enquanto o tal jovem me seguia e, sempre que eu me detinha na frente de alguma prateleira, ele atirava: "Gostas destas?"  
Na verdade não gosto que me tratem por tu nem que me persigam nas lojas, mas pensei que talvez trabalhasse ali há pouco tempo e estivesse, então, a ser demasiado solícito. Por isso, na maior boa vontade, forçava um meio sorriso e dizia: "Não é bem isso que quero, obrigada." A coisa continuou assim uns bons 10 minutos, até que ele sugeriu que subisse ao primeiro andar, onde havia maior variedade. Agradeci e subi e, como é óbvio, ele acompanhou-me. Chegada ao andar de cima, abeirou-se uma funcionária que me perguntou, delicadamente e sem me tratar por TU, se precisava de ajuda. Expliquei como pude o que (não) procurava, já que nem eu sabia muito bem o que queria, e a menina fez o que pôde para conseguir o que eu não sabia querer. Muito bem, no primeiro andar não havia nada que me fizesse palpitar o coração e, por isso, desci, novamente, com a "sombra-masculina-solícita" no meu encalço.
Desesperançada, já quase a abandonar a loja, espreitei de relance para a montra e o meu olhar deteve-se numas botas que não me desagradaram de todo. Havia nelas algum potencial. Observei-as os minutos necessários a nutrir-lhes afeição, para depois, gradualmente,  este sentimento se transformar em ternura, paixão e, em minutos, lhes sucumbir de amor. Pronto Senhor, vai ser útil, é chegada a sua hora!
"-Por favor, está a ver aquelas botas ali, ao lado das pretas, na segunda fila? Sim essas. Pois pois, também acho bonitas. Sim sim, é verdade, acabei por me decidir... Tem o tamanho X? Sim, pois, é verdade... demoro algum tempo a decidir-me... mas, não se importa, por favor, de verificar se tem? É que estou com um bocadinho de pressa... 
Como? Desculpe, não percebi... O quê? O Senhor não trabalha aqui??? Não estou a perceber... o Senhor não trabalha aqui?? Não entendo... Espere lá, aquela senhora ali a experimentar sapatos desde q eu entrei é sua mãe? O quê? Se quero trocar contactos??????? 
Quero sim! Preciso do seu nome completo, morada e número do BI, para correr até à polícia com as minhas botas novas calçadas e colocá-lo na lista de vigilância!

P.S.-o "episódio sapataria" é verídico. Já a resposta dada só surgiu na minha cabeça, algum tempo depois, tal como o meu péssimo sentido de oportunidade já me habituou. No momento apenas consegui balbuciar "não, vou só levar as botas, obrigada (!)" (em alturas de tensão as minhas sinapses envergonham-me...).

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

#Dicionários Grátis

"E que incentivo quer dar ao seu filho antes dele subir ao palco? O que lhe quer dizer acerca da voz para ele sentir segurança enquanto estiver a cantar?

"Ora bem, eu queria dizer-lhe para continuar assim, sempre muito muito muito... PERSPICAZ!!!"

Já eu, queria implorar a possibilidade de distribuição grátis de dicionários porta-a-porta, junto com as listas de páginas amarelas. Quem sabe aquando entrega da declaração do IRS?!

"Ora bem, deixe-me conferir... tudo certo; vai ter direito a um brinde. Aqui está o seu dicionário. E como não rasurou o impresso, leva a edição premium!
Ah, espere lá, desses só há um... e está prometido à minha vizinha que anda a decorar a sala... mas leva o normal que também faz muito boa figura em qualquer estante!"

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

#Chumbo Nacional

Nos últimos tempos o nosso país é como um liceu maioritariamente sobrelotado de alunos insurrectos, repetentes, hiperactivos e insubordinados.
No entanto, há sempre os espertos, preocupados em saber, e por isso sentam-se na fila da frente, muito atentos. São aqueles que tentam, a muito custo, ouvir o Professor. São os que querem aprender. Mas, invariavelmente, a meio do período, alguns  desmotivam; entregam-se à inércia e juntam-se aos elementos desestabilizadores. Saltam para a fila de trás, fazem magote na confusão desordenada e desaprendem a gritar sem saber bem porquê. Juntam voz à crítica, pedem o que não querem e o que não sabem se querem - importa fazer barulho.
Inevitavelmente, chega o dia do teste e valem-se das cábulas. Porque não? É válido! Não se vale o "Engenheiro" de informação não formal? Não "escuta" também ele dos parceiros de travessuras? E não foi assim que chegou a Primeiro da classe governamental? Então! É o próprio que nos dá o respectivo exemplo! Copiem crianças! Oiçam do lado, espreitem o vizinho - é assim que se vai longe! Trapaceiem muito, mintam, sejam desonestos com a própria sombra e, talvez, quem sabe um dia, possam decidir da própria vida, quiçá da do vosso país.

Nos corredores desfilam docentes mais e menos competentes, como na tal Assembleia perpassam políticos de lição mais e menos preparada.
E, em dia de reunião intercalar, desfiam o rol de queixas acerca das precárias condições de trabalho. Exigem luxos discretos, porque em gabinetes decrépitos não é possível obter gananciosos resultados.
Mais conforto para estes Senhores, por favor! Eles que dirigem o País de forma tão próspera - bem se vê - precisam de amplas salas e climatizadas, onde o intelecto lhes possa produzir ousadas estratégias.


As pautas são públicas (agora), e em avaliação final, o sistema administrativo português classifica-se como antipedagógico e contraproducente. Soluções? Arrumar compêndios e procurar carteiras internacionais.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

#Em Contagem

CPM22 - Um Minuto Para O Fim Do Mundo

sábado, 6 de fevereiro de 2010

#Para Ti, B

Aguardei-te ansiosa. A Mãe sabia como eu estava feliz com a tua chegada.
Há laços que não se explicam e tu vais perceber o meu e o da tua Mã e enquanto cresceres. E vais ter uma amiga assim, de quem nos sentimos muito pertinho, mesmo quando a distância física impede o calor de um abraço. Uma amiga das que sobrevivem à passagem do tempo e das vidas que vamos experimentando ao longo da nossa.
A Mãe estava linda contigo a mexer muito dentro da barriga, e tu és uma Bebé  maravilhosa, com as tuas mãozinhas perfeitas fechadas com força e a carinha deliciosa de soninho que diz: "Deixem-me agora descansar, está bem?"

Fico embevecida e não me canso de olhar-te... sejas muito bem-vinda B! Que possas, um dia, ler o quanto eu já gostava de ti quando só davas pontapés pequeninos na barriga e que, nessa altura, já não precises destas linhas e sintas o meu carinho sempre me deres um abracinho apertado.    

Para ti Mãe-Amiga, mais uma vez, faltam-me todas as palavras... e fico, novamente, no silêncio de um olhar molhado. O teu Pequenino Milagre é perfeito.
Sei que este não será o último momento de partilha contigo que me fará chorar de alegria e isso é reconfortante.  

domingo, 24 de janeiro de 2010

#Danger Bags!

Bolsas de mulheres são um mito. Perdão, minto, apenas o conteúdo. Nenhum homem gosta de se aproximar. Quando o fazem, lê-se-lhes uma expressão de medo.
Sempre que profiro a frase simples : “Por favor, passa-me a minha bolsa”, a linguagem corporal do escolhido transporta-me imediatamente para o cenário de um filme americano - ele, qual membro SWAT, objecto dúbio entre mãos em cuidadoso equilíbrio, move-se lentamente enquanto executa os procedimentos de forma meticulosa.
Interrogo-me muitas vezes porque carregamos tanta coisa lá dentro 
e, acabo por concluir que, para além das bugigangas femininas lugar-comum, as nossas malas carregam toneladas de pensamentos, de sentimentos, de afectos que vamos guardando ao longo do dia, porque ontem, hoje, amanhã - na actualidade - as mulheres tornaram-se muito mais contidas, mais ponderadas, apesar da verdadeira essência que subjaz ao sexo feminino. É assim que deve ser e assim que a sociedade impõe. Mulheres sem sentimentos à flor da pele, porque isso não combina com a vertigem dos saltos altos e dos íngremes blazers que fazem de nós executivas de sucesso nalgum escritório top floor. Já não fica bem sermos princesas ou termos pretensões à (in)alcançável torre do castelo. Melhor, fica sim, mas esperar que o príncipe escale de flor na boca? Compramos o castelo porque somos emancipadas, e se o príncipe quiser passar lá uma ou outra noite muito bem, mas tudo sem compromissos. E, entenda-se à partida, que o nobre candidato a pernoitar não espere pequeno almoço romântico, porque não queremos laços emocionais. Fazemos parte de uma geração andrógina, (desi)evolutivamente masculina física e sentimentalmente.
Por causa disso, aumentamos o tamanho das bolsas, para guardamos a nossa herança cromossómica, aquela que diariamente nos torna um par xx muito up to date mas que desvirtua a natureza feminina e a própria feminilidade, e para escondermos o compartimento dos incentivos a dar, 
porque os homens são Pavlovianos e precisamos incitar-lhes o reflexo condicionado. 
Sou mulher e, como já disse e repito, uma conservadora. Para mim o que está out fashion são malas oversized e, por isso, continuo a preferir emoções em tamanho XL.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

#Preciosa Lu

Existem pessoas que, pela pertinência das suas afirmações, jamais podem ser esquecidas. Da minha parte poderão sempre contar com uma nota de entusiasmo, de merecido reconhecimento, pelo contributo peculiar que dão aos meus dias.
Há uns anos, poucos, lembro-me da "super-hiper-mega refixe" Floribela, cujo talento  – que ela sempre disfarçou muito bem, já que até hoje a única coisa que realmente me lembro é o sotaque do Porto, porque esse, ah! esse ela não disfarçava nem um bocadinho - fica imediatamente relegado, e sucumbe a outros "dotes". Porque isto, há meninas que vem ao mundo mais dotadas que outras. E há as que se fazem dotar entretanto.  E também as que abrem a boca e são, por si só, verdadeiros tesouros! 
A proficiência desta chegou-nos ao conhecimento através de um programa em que mesma oscilava entre a representação e os dons vocais - sim, oscilava, porque em qualquer dos dois o desempenho era periclitante - alguma coisa tipo Cinderela Rouxinol (aliás, esse momento televisivo era realmente uma amálgama de sensações, um folclore para os sentidos. Novela? Seriado? Espectáculo de variedades? Comédia e/ou drama? Dos 8 aos 80? Nunca consegui classificá-lo nem perceber o objectivo ...)
Na época o país queria saber quem era a espevitada do "Vestido Azul" e vogais abertas, e ela, a destravada de língua solta, muito segura e com aquela permanente demodé à la Cher, disse: "Eu sou a Luciana Abreu. Sou de Vila Nova de Gaia e tenho muitas saudades do 'Puorto'. Principalmente das pipocas do Arrábida, são tãoooo docinhas!!"
Pronto, a partir desse momento segui religiosamente todo o tipo de entrevistas da "Lu" (passei a ter-lhe afeição depois de uma resposta deste nível, e escolhi-lhe um epíteto carinhoso). Quer dizer, a catraia não teve saudades do Douro, dos barcos rabelos, dos Clérigos e da Foz, sequer do vinho do Porto ou do Estádio do Dragão, ela teve saudades das pipocas de um centro comercial! Isto foi uma coisa que me levou a depositar-lhe esperança e me fez acreditar que me proporcionaria outros momentos hilariantes em futuras entrevistas. Só por isso não mais a perdi de vista e mantive-me atenta às suas intervenções sem guião, nos meios de comunicação.
Entretanto, porque nem todos nascemos abençoados pelos mesmo dons da Lu - destinados a ser super-hiper-mega famosos, a brilhar e rebrilhar - nalgum imprudente momento de desatenção, perdi-lhe o rasto. No entanto, para minha surpresa, enquanto folheava uma revista, encontrei-a quase irreconhecível. Estava muito mais para "Luh" ou "Lluh", do que para a "Lu Pipoca Arrábida" que a minha memória guardava, e já não se aplicava o meu petit nóm afável; exigia-se qualquer coisa mais lânguida, mais lasciva, já que no lugar do "Vestido Azul", ela tinha-se despido para a FHM. No entanto, como até a Marge Simpson ganhou portentosos atributos físicos numa outra revista de deleite masculino, encarei a situação com normalidade e acreditei veementemente no meu instinto identificador de jóias verbais. Toda ela era uma mina e, eu sabia, dali sairiam mais quilates em bruto ao bom estilo "pipocas docinhas".
Sem falsas modéstias, adoro quando tenho razão!
Esta grande senhora, numa recente entrevista ao jornal 24 horas e porque já cantou “Vestido Azul”, participou no "Ídolos" e... teve um affair com o Michael Carreira – tem, portanto, um indubitável e consistente conhecimento acerca de música que a legitima - fez o seguinte comentário:
“Manuel Moura dos Santos revela falta de cultura musical.”
Consta ainda que, tempos antes de ter vestido e despido o retalho de tafetá*1 celeste, este luso diamante por lapidar também participou no "Cantigas da Rua". Assim sim! Agora até já conseguimos entender a ousadia do comentário, com um currículo destes, a Lu pode!
Eu sabia que as minhas expectativas não seriam defraudadas e que a espera seria pontualmente coroada com estes mimos da joalharia discursiva. Observações destas são "Cartier's" para os meus olhos!


*1-homens que leiam os meus posts e sejam homens à antiga, isto é, os que não se inserem na classificação metrossexuais, ou que estão ainda a dar os primeiros passos nessa longa peregrinação e, por isso, começam a valorizar mais o público feminino e as provações inerentes à duplicação do X: tafetá é um tipo de tecido, um pano de seda lustroso. 

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

#Os Nossos 80's

Com o passar do tempo e da idade - porque a idade serve para acumular, para além das rugas, lembranças, que não são mais do que pregas cerebrais e, ambas, quando associadas, transformam-nos num livro de histórias 3D - sentimos necessidade de dispender alguns dos nossos minutos quotidianos a recordar. Eu chamo-lhe “tempo de qualidade”, porque me faço embuír das memórias mais saudáveis e saudosas da minha infância. Sou filha dos 80. E orgulhosa. Redio isto sem me cansar. Aliás, redigo-me. É verdade, este poderá ser outro precoce sinal do passar do tempo – a repetição. Surpreendo-me amiúde a fazê-lo. No entanto, como tenho alguma facilidade em arranjar-me desculpas, volto aos eighties, à minha década progenitora, e aproveito-me descaradamente dela: são ou não são os anos do excesso, do “mais é mais”? Então, o meu vício de repetição é fruto disso. É um erro de formação social, resultado do meio e do ambiente cultural em que cresci.

Há uns dias, explicava a um tardio descendente dos 90, o fenómeno "bola de espelhos". Sim, aquela esfera reflexiva, esse grande ícone da minha década . "Hmmm não sei.... bola de espelhos? Não sei." Num misto de indignação e revolta, arranquei uma folha do meu fiel caderninho de apontamentos - falta de memória, outra característica da idade... preciso dele... esqueço-me de tudo e... esqueçam as agendas electrónicas, sou filha dos 80! Bolas (!) - aqui não necessariamente as de espelhos, apenas em modo de interjeição. Apliquei então os meus dotes Andy Warhol - pop art, muito 80, claro! - e pronto, voilá, ali estava ela, a mítica. "Hmmm, não sei o que é... não estou a ver...". Calma, eu nunca tive muitos méritos de artes plásticas, podia aproximar-me do Andy através da música e chegar à famosa esfera que pendia do tecto de qualquer espaço nocturno digno do nome, por isso peguei no computador, pesquisei disco sound, e a rebentar de orgulho mostrei-lhe. Que “já tinha visto em algum lado”, mas, "se estás aí no youtube, aproveito para mostrar não-sei-o-quê-de-não-sei-quem do hip-hop"...

Quase me enfureci. Eu queria cobrir-me de excessos cromáticos, pintar-me de pop art,   fazer-me yuppie, jogar ao iô-iô e usar casacos de chumaços nos ombros. Eu queria dançar disco sound debaixo de uma bola de espelhos e partilhar a minha década., posso?


New Order - Blue Monday

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

#Classificações

Depois de "Quinta da Esperança" e após estagiarem vários copos e intermináveis palavras, uma outra medalha de ouro:

"Tudo que passa pela minha mão, upa upa!"

Obrigada pelo momento vintage! Frases destas são de casta superior!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

#1000


As faces do Cubo já rodaram 1000 vezes. A todos que contribuíram, que tentaram soluções e que leram as minhas, um beijinho grande e bem equacionado de carinho.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

#Tu Sabes...

Um dia, sentamo-nos numa mesa e deste-me um cartãozinho com a minha leitura, e, naquela tua última noite de menina solteira rimos muito. E relemos as frases que eu diria no altar. Voltei para casa com a sensação que nada mudaria, que te sentiria sempre perto, mesmo depois da tua nova vida de casada. 
Vi-te entrar na igreja sob flashes dos anos de amizade adolescente que partilhamos - a década dos segredos, dos momentos, das confissões, das (in)certezas e dos medos. E lembrei-me, ainda, da alegria de receber aquela mensagem: "acabei o curso!". Tu sabias que ela me faria sorrir como se fosse também um conquista minha. Assim como eu sei que cada envelope amarelo que piscar no teu telefone a contar alguma coisa da minha vida, vai ter, obrigatoriamente, algum tipo de impacto em ti. E sei também, sinto-l, que torces por mim. Saberei sempre do meu lugar em ti. Senti-te, em tempos, de coração igualmente pequenino, naqueles emails que trocamos, quando os oito mil quilómetros se interpunham; quando sabias que as tuas palavras eram o que me podias dar e o que eu precisava para continuar a fazer parte. Nunca fomos brilhantes em demonstrações de afecto, mas somos muito boas na nossa amizade, não somos? E o meu presente de regresso foi saber do teu "Pequenino Milagre". E o meu presente de Natal foi vê-lo mexer na tua barriga, enquanto lanchávamos e falávamos da vida que percorremos separadamente, sempre juntas pela amizade que construímos. E, mesmo assim, porque tu cada vez mais me mostras que após tantos anos ainda não te conheço tudo e me surpreendes de uma maneira sempre tão enternecedora, de uma forma tão deliciosamente tua,  obrigas-me às merecidas lágrimas que te devo, as quais me orgulho de chorar e repetir, se necessário, por esta amizade que carrego no peito. Dests-me o melhor motivo para jamais parar de escrever em 2010: lês-me com vontade, lês-me junto com a tua Bebé. Lês-me desde o dia que te contei, na pressa das novidades, que havia este espaço onde me arrisquei às palavras. E tu tiras-me todas com as tuas. E neste silêncio em que me deixas, restam-me o sal e a água enquanto leio o teu envelope amarelo no meu telefone.

No dia 9 de Fevereiro "estarei" lá à espera do primeiro choro. Depois, novamente, sentirei o meu; de alívio, de alegria, de orgulho por me deixares partilhar de mais esse momento da tua vida. E, por fim, aguardei ansiosa a minha vez de a pegar ao colo.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

#Profissões

- E o que é que ele quer ser quando crescer, já sabe?
"Ora bem, eu, que não é por ser meu filho, mas a verdade é que muito bom menino... ai isso é. Veja que se lhe dou uma lambada bem dada, ele nem fica zangado! E nem sequer amua! É capaz de chorar um bocadinho na hora, mas depois diz-me logo: "Oh mãezinha, se me deste foi para meu bem". E portanto, por conseguinte, ele pronto, tem bom coração, tem bom íntimo, compreende? No outro dia, lá por causa de uma amiga, assim para a defender de um rapaz, deitou-o ao chão e foi a puxá-lo pelas pernas escada abaixo. E o outro a bater com a cabeça no chão, que aquilo não foi brincadeira... era para o ter magoado a sério! Ele é assim, muito calmo, mas se vê injustiças, ai isso ele não se fica, vai e defende! E então, ou vai para servir o país ou para servir a Deus. Ainda não sabe... está muito indeciso entre ser GNR ou ser Padre."

Bem sei que os métodos das nossas forças policiais andam brandos, e que as penitências da Igreja Católica também já foram mais fervorosas mas, contar com a cabeça todos os degraus do Santuário de Fátima parece-me excesso de punição e sentido de justiça do pequeno servo indeciso. Mas, se para Sacerdote o chamamento pode acontecer a qualquer altura da vida, já para GNR o processo que garante o proeminente abdómen e portentoso bigode é coisa a ser iniciada no berço. Temos Padre! 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

#Promessas 2010


-prometi não prometer nada

-prometi descumprir o prometido em 2009

-prometi acreditar que este ano vou cumprir-me