quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

#De Factos Reza Esta História

Há um motivo por trás do meu silêncio, o qual quebro agora, após longo período de introspecção e reflexão auto-impostos.
No último post, "ousei" manisfestar opinião relativamente a faltas de patriotismo desadequadas, e tive a "imprudência" de mencionar, aleatoriamente, o Senhor Saramago. Fi-lo a título de exemplo, asseguro, pela simples questão do mediatismo, pois se há algo abundante neste país onde dizem faltar tudo, são demonstrações públicas do miserável amor que se lhe tem. É um excesso de arrogância e altivez, dos que se julgam mais vencedores, melhores guerreiros, para com os dez milhões em marcha no  berço comum, que seria mais fácil apontar mira por defeito, e referir-me áqueles que, com respeitoso orgulho, lutam por digno hastear de bandeira. 
Como vaidosa filha da pátria, gosto de exaltar genes dos antepassados conquistadores, e não me satisfaço com o caminho mais óbvio - as dificuldades enfrentadas no percurso, glorificam-nos o domínio do solo ansiado.
No entanto, fui advertida de caminhar sobre terreno minado, em consequência de uma imprudente estratégia de escrita. Ao que parece, as minhas acusações traduzem-se em declaração de guerra, e colocam-me em perigosa zona de combate, cuja sobrevivência se prevê difícil sob o intenso fogo cruzado.
Sou uma pacifista, evito o quanto posso qualquer tipo de confronto mas, e embora haja um erro de alvo, obrigo-me a enfrentar o exército de defensores do Senhor em questão, sem retirar uma palavra à minha frente de ataque. Não me rendo aos eventuais agressores verbais, e na impossibilidade de um acordo de paz, retalio.
Por isso, qual soldado destemido, arrisco outra linha de comparação - trinta e cinco anos volvidos da célebre morte à ditadura, para agora verificarmos que, afinal, o lápis azul apenas mudou de mão. E, convenhamos, a perseguição aos que se atrevem contra a maioria, é tão violenta como o encalço de uma polícia política. O poder na mão do povo, torna-se, para os próprios, a mais implacável tirania.
E os cravos? E a revolução contada como marco emblemático, sem ecoar de um só tiro?
A tão aclamada liberdade, tão desejada pelos que se sentiam oprimidos, subverteu-se numa repressão destes sobre os mesmos.
Reitero, sou pacifista, mas não me iludo com aparentes vitórias, nem ponho grande fé em revoltas de surdos disparos. Sim, possuo fé e credo. E se isso me coloca numa batalha de esteriótipos, poupo-vos munição: assumo-me conservadora de direita. Não me fascinam as páginas históricas camufladas por tácticas de romance, como não me fascinam os romances sem historial de algumas técnicas. 
E, posto isto, não pretendo desafiar "inimigos", apenas não nego aquilo em que acredito para me salvaguardar em leitores.

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