terça-feira, 22 de dezembro de 2009

#GPS Emocional

"Se perderes a pessoa que amas, deves esgotar todas as tentativas que permitam recuperá-la"

Se perco, devo-me todas as lágrimas. Esgoto-as. Depois permito-me vê-la afastar-se... e recupero novamente a minha velha vida.

Perdemo-nos ambos, algures no destino que não traçamos. Tu seguiste sozinho de cigarro na mão. Eu sentei-me e descansei. Fumei o meu. Solucei. Ganhei fôlego.
Na busca de novo rumo, avistamo-nos de perto e  tranamos percursos sem nos interceptarmos. Mantiveste-te inquieto ao meu lado. Olhei para trás; detive-me numa fracção do nosso tempo e segui em frente. Deixo-te no lugar onde nos cruzamos. Não me arrisco noutra viagem contigo. E, finalmente, começo a esquecer o caminho que me leva a ti.

 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

#Agradável Sabor Do Passado

Em cima da mesa, um prato dos últimos dias, "casamento homossexual". Parece-me farta refeição. No entanto, retrocedo à minha infância e, assim como fazia com a travessa de couve-flor gratinada, torço-lhe o nariz. Se o dito legume é fonte de saúde, cobri-lo de um molho estranho poderá dar-lhe aspecto mais sofisticado, mas desvirtua a essência multivitamínica. E, aplico a mesma receita, para essa união de iguais ingredientes: se a nova apresentação parece exigência 1º mundista e nos faz crer mais cosmopolitas - a fim de nos desvincularmos da famosa e simplória ementa "bacalhau cozido" - eu, cliente habitual das tradições, veto-me à tal sobre-condimentada instituição. Na minha culinária familiar, a ordem natural de confecção não deve ser alterada; aliás, esse é o segredo a passar de geração em geração, aquele que nos permite a segurança do resultado final esperado.

Volto de novo à infância. Olho para o lado e vejo o meu pai. À direita dele, a minha mãe. Seguro os talheres e janto tranquila. Por aqui, mantem-se antiquada ordenação; só a couve-flor foi "incrementada".

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

#Não Aceito Imitações

Realmente, o mercado de trabalho é um espectáculo pouco auspicioso, e a conquista do palco profissional poderá tornar-se na mais dura tournée da nossa vida. No entanto, não posso fazer plateia silenciosa perante uma gritante falta de ética profissional, a qual , na vergonhosa vertente "plágio", acaba de acontecer no nosso panorama musical.
Ao que parece, uma tal de Rihanna ousou plagiar a magnânime Ana Malhoa. Há rumores da referida pop star americana, ter vendido acima de 3 milhões de discos e, bem, penso que a distribuição dos cds da nossa "Anita" seja bem mais limitada mas, na minha opinião, isso dá-lhes carácter exclusivo, uma vez que um álbum da Ana Malhoa é uma verdadeira relíquia! Consta também, que a "dita-cuja" ganhou, não apenas um grammy, como uma série de prémios musicais de atribuição internacional. No entanto, eu pergunto: por acaso essa imitadora descarada já foi capa da Playboy? Não foi, não senhor! Ai isso é que não foi! Uma coisa dessas não é para qualquer uma! Lá porque meia dúzia dos seus singles estiveram semanas nos tops de vendas mundiais, ou porque possui atributos físicos notórios, já tem categoria para fotografar despida?! Nada disso! E o seu paizinho americano, já foi responsável por algum hit de sucesso com a qualidade do "Baile de Verão"? Pois não foi! Não foi, não! E, ainda... o Buéréré! Alguma vez, a dita Rihanna, teria arcaboiço para enfrentar, dotada de igual classe "suis generis", tamanho desafio do entretenimento para crianças? Nunca na vida! Era ver com agrado, a nossa Ana vestida a rigor, com decotes sempre muito apropriados a um programa infantil; sim, porque peito de fora - praticamente a saltar 'para fora' - remete à maternidade, ao momento de amamentação, em tudo consonante com a faixa etária destinatária, suponho.
Quanto a mim, não tenho dúvidas, essa senhora tem motivos de sobra para invejar a nossa Malhoa. E, visto as cordas vocais serem predestinação genética, assim como a portentosa coxa e aquela zona entre o pescoço e umbigo - ambas exibidas, na mencionada publicação erótica, com o nível a que a Malhoazinha nos habituou - vai a estrangeira e imita-lhe o sinal no canto do lábio! Sim sim, é verdade, pintou um sinal igualzinho ao da nossa cantora de projecção! Ou, talvez, igual ao da Cindy Crawford... hmmm, será que a Cindy também imitou a musa portguesa? Isto é coisa que merece ser averiguada...
Mas, para grande inquietação, a história não fica por aqui. Segundo afirmações da fã responsável pela pertiniente constatação de plágio, a american girl teve ainda a desfaçatez de copiar parte do guarda-roupa exclusivo da nossa vedeta. Pois é verdade, a tal da Rihanna apresentou-se aos flashes da fama com umas sensuais luvas de cetim. E... pretas! Não está bem evidente a cópia? Serão necessárias mais provas? Para quem nos remete, automaticamente, um par de luvas pretas? Claro! Para a Ana Malhoa! É que não me ocorre mais ninguém que use esse acessório. Luvas pretas -> Ana Malhoa, sem sombra de dúvida! Aliás, ela está para elas, como a Audrey Hepburn para o little black dress - celebrizou-as!

Não querendo ser injusta, arriscaria dizer que, possivelmente, as estrelas do nosso país frequentam algum curso de iniciação ao mediatismo, no qual lhes é ensinada a arte de gerar polémica com base em afirmações pouco razoáveis. Se assim for, diz-me o bom senso que, parte do lucros devem reverter a favor da Rihanna. Pode ser que os invista na imagem e deixe de copiar os trapinhos (*1) da nossa Ana.


(*1) a escolha deste substantivo traduz o peculiar design e a utilização em diminutivo serve como indicador de tamanho. 

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

#Madrugada

Naquele dia, o sol nasceu na janela da tua sala; daquela noite, os cigarros guardam travo das lembranças que trago hoje.
Até ontem, até amanhã, decerto, e depois de amanhã ainda, será sempre essa a melhor recordação do não vivido.


And when the broken hearted people
Living in the world agree
There will be an answer
Let it be, let it be...


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

#De Factos Reza Esta História

Há um motivo por trás do meu silêncio, o qual quebro agora, após longo período de introspecção e reflexão auto-impostos.
No último post, "ousei" manisfestar opinião relativamente a faltas de patriotismo desadequadas, e tive a "imprudência" de mencionar, aleatoriamente, o Senhor Saramago. Fi-lo a título de exemplo, asseguro, pela simples questão do mediatismo, pois se há algo abundante neste país onde dizem faltar tudo, são demonstrações públicas do miserável amor que se lhe tem. É um excesso de arrogância e altivez, dos que se julgam mais vencedores, melhores guerreiros, para com os dez milhões em marcha no  berço comum, que seria mais fácil apontar mira por defeito, e referir-me áqueles que, com respeitoso orgulho, lutam por digno hastear de bandeira. 
Como vaidosa filha da pátria, gosto de exaltar genes dos antepassados conquistadores, e não me satisfaço com o caminho mais óbvio - as dificuldades enfrentadas no percurso, glorificam-nos o domínio do solo ansiado.
No entanto, fui advertida de caminhar sobre terreno minado, em consequência de uma imprudente estratégia de escrita. Ao que parece, as minhas acusações traduzem-se em declaração de guerra, e colocam-me em perigosa zona de combate, cuja sobrevivência se prevê difícil sob o intenso fogo cruzado.
Sou uma pacifista, evito o quanto posso qualquer tipo de confronto mas, e embora haja um erro de alvo, obrigo-me a enfrentar o exército de defensores do Senhor em questão, sem retirar uma palavra à minha frente de ataque. Não me rendo aos eventuais agressores verbais, e na impossibilidade de um acordo de paz, retalio.
Por isso, qual soldado destemido, arrisco outra linha de comparação - trinta e cinco anos volvidos da célebre morte à ditadura, para agora verificarmos que, afinal, o lápis azul apenas mudou de mão. E, convenhamos, a perseguição aos que se atrevem contra a maioria, é tão violenta como o encalço de uma polícia política. O poder na mão do povo, torna-se, para os próprios, a mais implacável tirania.
E os cravos? E a revolução contada como marco emblemático, sem ecoar de um só tiro?
A tão aclamada liberdade, tão desejada pelos que se sentiam oprimidos, subverteu-se numa repressão destes sobre os mesmos.
Reitero, sou pacifista, mas não me iludo com aparentes vitórias, nem ponho grande fé em revoltas de surdos disparos. Sim, possuo fé e credo. E se isso me coloca numa batalha de esteriótipos, poupo-vos munição: assumo-me conservadora de direita. Não me fascinam as páginas históricas camufladas por tácticas de romance, como não me fascinam os romances sem historial de algumas técnicas. 
E, posto isto, não pretendo desafiar "inimigos", apenas não nego aquilo em que acredito para me salvaguardar em leitores.